Refugiadas venezuelanas são beneficiadas com projeto que incentiva o empreendedorismo

Quarenta e seis refugiadas venezuelanas, chefes de família, foram beneficiadas com o projeto “Mujeres Fuertes”, realizado pela  Organização da Sociedade Civil (OSC) Hermanitos com incentivos ao primeiro negócio, apoio psicossocial, entre outras ações, que visam independência econômica por meio do empreendedorismo.

A solenidade de encerramento da primeira fase do projeto foi realizada na sede do Ministério Público do Trabalho (MPT), órgão que apoia o Mujeres Fuertes com verba oriunda de multas e reversão trabalhistas. A iniciativa também é executada em parceria com a Agência da ONU para Refugiados (Acnur).

Os resultados da primeira edição do projeto foram comemorados pelo diretor presidente da organização, Tulio Duarte, que comentou as dificuldades enfrentadas pelas refugiadas e o apoio da organização.

“Atualmente, em Manaus, aproximadamente 30% das famílias monoparentais são chefiadas por mães solteiras que passam por muitas dificuldades e por diversas razões como língua, cultura, situação financeira, formação não reconhecida, entre outras. No decorrer dos meses, elas trilharam várias etapas, passando por habilidades comportamentais e interpessoais, cursos de português, gastronomia, empreendedorismo e outros. Além disso, receberam um kit de capital-semente para o início do seu negócio”, comentou Duarte.

Uma das beneficiadas foi Yohely Laya. Antes desempregada e sem renda para cuidar dos seus filhos, agora ela é dona do “Sonhos Surpresa Yohely”, um empreendimento do ramo da confeitaria que recebeu apoio do Mujeres Fuertes.

“Antes trabalhava em um restaurante, mas fiquei doente e tive que sair. O projeto do Hermanitos me ensinou muito através de cursos e experiências, inclusive sobre confeitaria que não sabia muito e hoje empreendo na área”, explica.

Outra beneficiária foi Anabel Acuña que atualmente gere um negócio gastronômico de comida caseira. “Esse projeto é muito bom, porque nos ajuda a ter uma renda em algum tipo de negócio, seja na área da gastronomia, na confeitaria ou naquela que a mulher domine e queira. Em poucos meses, aprendi a empreender e já sou dona do meu próprio negócio”, frisa.

Representando o MPT, a procuradora-chefe Alzira Costa explicou a participação do órgão no projeto, passando pela formatação, financiamento parcial e realização junto ao Hermanitos. Agora, os planos são mais altos.

“O feedback foi muito positivo, pois na capacitação tínhamos diferenciais para garantir suas permanências e durante o percurso ainda fizemos alterações nos conteúdos, deixando-os ainda mais completos. Então, 46 formandas é um número muito exitoso, pois percebemos uma transformação real em suas vidas. Aqui, as mulheres têm cada vez mais interesse em desenvolverem novas habilidades. Atualmente, já se pensa em incubar um empreendimento econômico solidário, com três ou quatro empreendedoras juntas para pôr em prática o que aprenderam no Mujeres Fuertes”, ressalta.

2ª edição

A segunda edição do “Mujeres Fuertes” começará nos próximos dias.  A oficial assistente de campo da Agência da ONU para Refugiados (Acnur), Juliana Serra, que também é parceira do projeto, disse que essa iniciativa é pioneira no estado do Amazonas, quando o assunto é desenhar um projeto para mulheres deste público específico. Passamos por uma fase piloto para identificar a metodologia e potenciais aspectos de adaptações. Felizmente, os resultados foram muito positivos e as melhorias de condições de vida dessas mulheres também. Por isso, estamos estendendo para mais uma edição”, explica.

Mais notícias